Elvira Palma nasceu em 2 de Junho de 1948, em Serpa.
Iniciou a sua carreira profissional em 1969 na Escola Técnica em Serpa, como professora de
Oficinas Desenho Geral e Desenho Aplicado dos Cursos de Formação Feminina.
Fez a profissionalização na Escola Josefa de Óbidos em Lisboa.
Exerceu funções docentes na Escola Secundária de Reguengos de Monsaraz desde 1973 onde
foi vice-presidente e presidente do concelho directivo, cessando as suas funções na referida
escola em 2005.
Foi nomeada pelo Ministério da Educação Professora Responsável pelo Projecto de Artes e
Ofícios Tradicionais.
Na área das Artes Decorativas deu formação no Sindicato dos Professores em Évora.
Foi formadora dos cursos profissionais no I.E.F.P. de Reguengos de Monsaraz.
Foi Presidente do júri nos exames dos cursos profissionais do I.E.F.P. em Reguengos de
Monsaraz.
Ao longo da sua carreira profissional participou em várias exposições individuais e colectivas
entre as quais se destacam:
Serpa, Museu Etnográfico: Modelagem e folha de estanho.
Serpa, Cine-Teatro: Exposição colectiva de tapeçaria tecida e bordada.
Reguengos de Monsaraz, Associação TEAR de artistas plásticos e artesãos: Exposição de
quadros em folha de estanho.
Lisboa, FIL: Artesanato, Artes Decorativas, Vitral com chumbo fundido e pintura em tecido.
Mourão: Exposição individual de pintura a óleo e vitral.
Beja, Ovibeja: Exposição de Artes Decorativas e Técnicas Mistas.
Reguengos de Monsaraz, Escola Secundária: Exposição colectiva de artistas plásticos e artesãos
do concelho.
Lisboa, Hotel Penta: Exposição colectiva de arranjos florais de plantas exóticas.
Évora, Albergaria Vitória: Dinamizou cursos intensivos de plantas secas, naturais a floristas.
Évora: Ministrou cursos a professores na área das artes decorativas nas escolas do 1.º Ciclo,
autorizada pela Direcção Regional.
Caldas da Rainha: Novas técnicas de pintura e vidrados em cerâmica.
Serpa, Museu Etnográfico: "Momentos" Exposição individual de pintura.
Opinião de Teresa Manuel:
Falar de tudo o que vi e acompanhei ao longo da realização destas telas, só me é possível pelo
conhecimento que tenho do percurso da artista nestes últimos trinta e cinco anos.
Elvira, através da sua evolução consegue demonstrar que a crença, generalizada, de que o
sujeito capta os objectos, tal como eles são, foi posta de lado, desde que se estudou mais
profundamente o fenómeno cognitivo.
Chega-se à conclusão que, o homem não é um receptor passivo do mundo, mas um ser que
intervém activamente no fenómeno da percepção. A percepção do mundo é neste sentido uma
construção do mundo. Estímulos provenientes do meio e sujeito dotado de órgãos sensoriais,
devidamente estimulados, são os dois pólos intervenientes no processo perceptivo.
Quando se olha um quadro, se ouve um trecho musical ou contemplamos uma simples
paisagem, pudemos pressentir que tais exercícios vieram acrescentar algo de novo e
estimulante à nossa experiência de vida. Se descobrirmos, no nosso íntimo, que vieram alargar
ao mesmo tempo as nossas faculdades de sentir e compreender, é à palavra BELO que
recorremos para definir essa experiência.
Em arte não há duas obras iguais, já que o autor é influenciado de diferentes formas e
diferentes razões e factos.
Ao aliarmos o ver com o olhar consegue-se perceber nos quadros da autora um mundo
imaginário de sonhos e lembranças que permitem múltiplas interpretações, em que ela recria o
que vê e o que sente e o espectador recria de novo o que vê segundo os seus sentimentos.
Deste modo, tanto o autor como o espectador, conseguem infinitas interpretações e juízos de
valor (estéticos).
O belo advém dos sentimentos que provoca no espectador, sendo efémero e subjectivo. A
beleza passa por sentimentos pessoais e desinteressados do que vemos nos objectos e do que
eles nos provocam na imaginação, sem qualquer outro fim que não seja a satisfação. Na beleza
encontramos o equilíbrio entre forças antagónicas que existem no homem, como caminho de
liberdade, no sentido de liberdade, no sentido da realização plena do ser individual. Para mim,
a Elvira conseguiu tirar partido da cor e das técnicas utilizadas, criando texturas como
representação do real, como identificação de formas, transmitindo sensações que no fundo
não são mais do que “momentos” de lembranças, vivências e sonhos imaginários.